No dia 07 de setembro o Brasil estará comemorando 189 anos de “liberdade no horizonte” da “Pátria mãe gentil”, conforme relata as ordens indiretas do nosso hino da independência musicado pelo imperador Dom Pedro I, mas há quem questione essa autoria. Como neste país “nada se cria, tudo se copia”, por que não plagiar um hino? O país que já começou com um jeitinho aqui outro acolá, só podia dar no que deu: o país da corrupção.
Na história deste país sempre “houve mão mais poderosa” que zombou de nós, roubou o ouro e toda riqueza desta nação, mas há quem continue fazendo esta arte, a mais de 500 anos e como dizem os adolescentes: “Não dá nada”.
Mas é “Brava gente” o brasileiro que ainda é servil, serve pra trabalhar, serve pra fazer a Ordem e o Progresso, conforme pregava o Positivismo, ô povo positivista e conformista.
Nosso feriado terá desfile cívico, como se todos os brasileiros fossem patriotas! Mas nem na escola estamos conseguindo fazer civismo. Ainda hoje encontrei num site governamental a seguinte frase: “A independência é construída a cada dia como nosso compromisso por uma educação melhor”. Fico admirada de encontrar frases tão bem elaboradas, mas que na prática nada é feito para melhorar a educação pública deste país, a começar pela falta de respeito com os profissionais da educação. Enquanto uns escrevem e fazem leis tão bonitas, outros fazem de tudo pra que as mesmas não sejam compridas, como a lei do piso, por exemplo.
O que temos para comemorar nesta data? Somos independentes de que ou de quem? Todos os brasileiros têm emprego, casa própria, saneamento básico, saúde e educação? E os problemas ambientais estão resolvidos? Somos “Gigantes pela própria natureza”! Num país que precisa fazer Reserva Legal, porque estão desmatando tudo! Quem tem que dar conta disto são os latifundiários e não os pequenos produtores rurais, que alimentam o país de norte a sul. E quem levou o nosso pau-brasil? Não vai pagar?
No hino nacional, encontramos outras pérolas da época, assim como “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas”, mas sabemos que Dom Pedro nem passou perto daquele rio e que estava com dor de barriga naquele momento da história, retratada em tela por artista que copiou um quadro da batalha de Napoleão, ôpa outro plágio! Nossa história é inventada e criada por contos imaginários!!!
Enquanto o povo trabalhador rala pra sustentar sua família, tem um grupo de pessoas que está: “Deitado em berço esplêndido”. Não temos mais reinado, mas tem muita gente que pensa que é rei, ou tem o “rei na barriga”, não sei.
Não quero fazer apologia contra nossos hinos, que são necessários e tão poéticos, mesmo em forma de orações inversas, mostram a riqueza do país e os valores das pessoas e suas qualidades morais. Mas não podemos viver de “paz no futuro e glória no passado”, porque a verdadeira história tem que ser repassada na escola, para que não tenhamos pessoas medíocres que acreditam em tudo e que acham que as coisas são pré-estabelecidas e não podem ser modificadas.
Nossos jovens são apáticos e indiferentes aos problemas sociais. Nossos idosos não são respeitados como deveriam, os políticos preferem investir em campo de futebol, do que em educação e esporte. Os educadores não são valorizados pela sociedade e a escola passou a ser um local de passagem e não de estudo.
Cada vez que chegam as datas comemorativas: dia da pátria, dia da bandeira, dia da república, vai me dando um coceirinha danada e tenho que escrever, pelo menos pra repassar um pouco a minha indignação! Estas datas servem para refletir e não apenas para comemorar ou fazer feriado.
Gostaria como educadora que “nenhum filho fuja da luta” que todos saibam fazer a verdadeira cidadania, porque ser cidadão e patriota é muito difícil nestes tempos, onde todos querem levar vantagem em tudo, onde a ética fica em segundo plano, desejo ainda “que a justiça seja uma clava forte” para todos e não para alguns privilegiados.
Se todos os brasileiros soubessem o verdadeiro significado dos seus símbolos e que servissem de inspiração todos os dias, com certeza, “O Brasil por seus filhos amado, poderoso e feliz há de ser” um dia!
Rosilda Mara Rodrigues Moroso (Sissa) ATP- Criciúma